SIMPÓSIO de missão
apresentação
A Missão de Deus e a Igreja são termos que estão intimamente conectados. A rigor, não existe Igreja sem a missão de Deus, isto é, sem a ação de Deus no mundo com a clara intenção de salvar pecadores (Jo 3.16-17). Deus decidiu a seu tempo enviar seu Filho ao mundo a fim de pregar as boas novas da salvação (Mc 1.14-15) e reunir o seu povo dando-lhes uma nova identidade (Mt 3.2; Jo 3.5).
No entanto, o conceito de igreja não é meramente histórico ou estático. Em outras palavras, o termo Igreja não se refere apenas a um evento do passado sem qualquer ligação com o presente. Por meio do batismo e do ensino, novas pessoas foram e ainda são feitos membros da igreja (Mt 28.19-20).
O que se quer ressaltar aqui, porém, é o fato de que este movimento tanto de criação da Igreja quanto de sua preservação procede de uma ação ativa de Deus.
Missiólogos tem utilizado o termo missio Dei para falar desta característica da ação divina. Um dos motivos claros para o uso deste termo é a afirmação de que quando uma congregação cristã ou indivíduos cristãos falam de missão, eles não devem pensar na missão como algo que lhes pertence (VICEDOM, 1965, p.5-6). Em outras palavras, a Igreja faz missão porque Deus continua ativo em sua obra de salvar.
Infelizmente, facilmente a igreja identifica missão com a sua própria agenda. Sejam eventos evangelísticos ou atividades congregacionais, no momento em que a Igreja perde a noção da missio Dei, ela começa a servir a si própria. Por esta razão, é importantíssima a contribuição do Dr. Schulz quando ele afirma que a missão de Deus está ligada à cruz de Cristo (SCHULZ, 2009, p.78). Não é a Igreja quem escolhe o que falar ou o que fazer enquanto em missão, e sim o próprio Deus. Não se quer ignorar com isso questões culturais importantes. A Igreja precisa pensar sobre maneiras de se comunicar apropriadamente. O ponto em questão, porém, é que a Igreja faz em missão aquilo que Deus lhe ordena fazer. Isso é assim porque a missão é de Deus, e não da Igreja ou de indivíduos.
Como discutido acima, a missão é algo que pertence a Deus e cuja mensagem é estabelecida pelo próprio Deus. A proposta do X Simpósio Internacional de Missão é debater sobre como estas duas realidades acerca da missão refletem na identidade da igreja. Esta é a razão para falarmos na missão de Deus como marca da Igreja. Em outras palavras, a palavra marca aqui designa um aspecto da identidade da Igreja.
O título e tema do Simpósio tem como inspiração a breve menção feita pelo Dr. Klaus Detlev Schulz sobre as marcas da igreja conforme entendidas por Lutero em seu texto Dos Concílios e da Igreja de 1539. Em seu artigo, Schulz está refletindo sobre a missão como uma nota ecclesia. A sua reflexão é baseada nos artigos 7 e 8 da Confissão de Augsburgo. A certa altura, porém, Schulz recorda que, quando Lutero fala das sete marcas da Igreja, ele não pontua a missão como uma destas marcas (SCHULZ, 2021 p.16). Ele não sugere com isso que Lutero não compreendesse a missão dentro destas sete marcas. No entanto, compreendemos que o assunto seja importante e merece maior atenção.
Por pouco o simpósio não adotou o título “Missão: a oitava marca da Igreja”. As razões para não termos seguido nesta linha são pelo menos duas. Primeiro, consideramos que, quando Lutero aponta as sete marcas da igreja, ele não exclui a missão. É verdade também que Lutero não parece desejar ser exaustivo em sua lista, mas ele quer sim identificar o que define em essência a Igreja de Deus. Por essa razão não cabe a nós esticar a lista sem o devido critério, pois, senão, já não saberemos mais o que faz parte da essência da igreja. Em segundo lugar, falar em oitava marca em uma lista poderia dar a impressão de algo que está em último lugar. Isso certamente pode ser explicado em um artigo ou no próprio Simpósio, mas desejávamos que o título do Simpósio não fosse mal compreendido. Para que tivéssemos esta fundamentação teórica bem desenvolvida, foi convidado o Dr. César Rios para refletir sobre a essência da igreja destacando o lugar da missão.
A urgência do assunto demonstra-se na teoria e na prática. Precisamos nos perguntar se a missão da igreja deve ser vista como um departamento dentro da igreja ou se ela é algo de caráter essencial. Para este fim, o vice-presidente de Educação Cristã da IELB, o Pr. Fernando E. Garske reflete sobre como as demais marcas da igreja conversam com a missão da igreja. Uma vez que a missão é algo essencial da igreja, seria uma contradição abrir mão daquilo que é essencial à igreja na prática da missão.
Após esta reflexão mais teórica sobre a missão como marca da igreja e como esta marca se relaciona com as demais marcas da igreja, o simpósio traz aplicações práticas deste conteúdo. Este é o caráter das palestras dos pastores Lucas P. Graffunder, Mário R. Y. Fukue e do professor Leonidio Goerl. Graffunder refletirá sobre o tema da plantação de igrejas. Fukue, por sua vez, trará um foco mais no indivíduo cristão uma vez que refletirá sobre a relação entre a vocação cristã e a missão. Goerl a seu tempo refletirá sobre a revitalização da igreja. Este tópico nos dará a oportunidade de refletir sobre a constante obra de Deus no mundo, mas não apenas entre aqueles que estão perdidos em seus pecados, antes também entre aqueles que potencialmente podem se perder.
Finalmente, o Dr. Samuel Fuhrmann traz em sua reflexão uma importante conexão entre identidade e intencionalidade. Sua abordagem tem como objetivo ajudar a Igreja a perceber os diversos desafios impostos a ela na prática da missão e como, no momento em que ela abandona os princípios missionários, ela perde também sua própria identidade. Sua contribuição nos ajuda a perceber que, ainda que a missão seja algo natural/essencial da igreja, isso não quer dizer que devemos deixá-la simplesmente acontecer sem qualquer preocupação. A missão da igreja é algo sobre a qual, em essência, a igreja não decide fazer ou não fazer. Por outro lado, a igreja não pode encarar a missão como algo automático sobre a qual ela não precisa pensar ou planejar. Em outras palavras, a missão da igreja precisa ser intencional.
Missiólogos tem utilizado o termo missio Dei para falar desta característica da ação divina. Um dos motivos claros para o uso deste termo é a afirmação de que quando uma congregação cristã ou indivíduos cristãos falam de missão, eles não devem pensar na missão como algo que lhes pertence (VICEDOM, 1965, p.5-6). Em outras palavras, a Igreja faz missão porque Deus continua ativo em sua obra de salvar.
Infelizmente, facilmente a igreja identifica missão com a sua própria agenda. Sejam eventos evangelísticos ou atividades congregacionais, no momento em que a Igreja perde a noção da missio Dei, ela começa a servir a si própria. Por esta razão, é importantíssima a contribuição do Dr. Schulz quando ele afirma que a missão de Deus está ligada à cruz de Cristo (SCHULZ, 2009, p.78). Não é a Igreja quem escolhe o que falar ou o que fazer enquanto em missão, e sim o próprio Deus. Não se quer ignorar com isso questões culturais importantes. A Igreja precisa pensar sobre maneiras de se comunicar apropriadamente. O ponto em questão, porém, é que a Igreja faz em missão aquilo que Deus lhe ordena fazer. Isso é assim porque a missão é de Deus, e não da Igreja ou de indivíduos.
Como discutido acima, a missão é algo que pertence a Deus e cuja mensagem é estabelecida pelo próprio Deus. A proposta do X Simpósio Internacional de Missão é debater sobre como estas duas realidades acerca da missão refletem na identidade da igreja. Esta é a razão para falarmos na missão de Deus como marca da Igreja. Em outras palavras, a palavra marca aqui designa um aspecto da identidade da Igreja.
O título e tema do Simpósio tem como inspiração a breve menção feita pelo Dr. Klaus Detlev Schulz sobre as marcas da igreja conforme entendidas por Lutero em seu texto Dos Concílios e da Igreja de 1539. Em seu artigo, Schulz está refletindo sobre a missão como uma nota ecclesia. A sua reflexão é baseada nos artigos 7 e 8 da Confissão de Augsburgo. A certa altura, porém, Schulz recorda que, quando Lutero fala das sete marcas da Igreja, ele não pontua a missão como uma destas marcas (SCHULZ, 2021 p.16). Ele não sugere com isso que Lutero não compreendesse a missão dentro destas sete marcas. No entanto, compreendemos que o assunto seja importante e merece maior atenção.
Por pouco o simpósio não adotou o título “Missão: a oitava marca da Igreja”. As razões para não termos seguido nesta linha são pelo menos duas. Primeiro, consideramos que, quando Lutero aponta as sete marcas da igreja, ele não exclui a missão. É verdade também que Lutero não parece desejar ser exaustivo em sua lista, mas ele quer sim identificar o que define em essência a Igreja de Deus. Por essa razão não cabe a nós esticar a lista sem o devido critério, pois, senão, já não saberemos mais o que faz parte da essência da igreja. Em segundo lugar, falar em oitava marca em uma lista poderia dar a impressão de algo que está em último lugar. Isso certamente pode ser explicado em um artigo ou no próprio Simpósio, mas desejávamos que o título do Simpósio não fosse mal compreendido. Para que tivéssemos esta fundamentação teórica bem desenvolvida, foi convidado o Dr. César Rios para refletir sobre a essência da igreja destacando o lugar da missão.
A urgência do assunto demonstra-se na teoria e na prática. Precisamos nos perguntar se a missão da igreja deve ser vista como um departamento dentro da igreja ou se ela é algo de caráter essencial. Para este fim, o vice-presidente de Educação Cristã da IELB, o Pr. Fernando E. Garske reflete sobre como as demais marcas da igreja conversam com a missão da igreja. Uma vez que a missão é algo essencial da igreja, seria uma contradição abrir mão daquilo que é essencial à igreja na prática da missão.
Após esta reflexão mais teórica sobre a missão como marca da igreja e como esta marca se relaciona com as demais marcas da igreja, o simpósio traz aplicações práticas deste conteúdo. Este é o caráter das palestras dos pastores Lucas P. Graffunder, Mário R. Y. Fukue e do professor Leonidio Goerl. Graffunder refletirá sobre o tema da plantação de igrejas. Fukue, por sua vez, trará um foco mais no indivíduo cristão uma vez que refletirá sobre a relação entre a vocação cristã e a missão. Goerl a seu tempo refletirá sobre a revitalização da igreja. Este tópico nos dará a oportunidade de refletir sobre a constante obra de Deus no mundo, mas não apenas entre aqueles que estão perdidos em seus pecados, antes também entre aqueles que potencialmente podem se perder.
Finalmente, o Dr. Samuel Fuhrmann traz em sua reflexão uma importante conexão entre identidade e intencionalidade. Sua abordagem tem como objetivo ajudar a Igreja a perceber os diversos desafios impostos a ela na prática da missão e como, no momento em que ela abandona os princípios missionários, ela perde também sua própria identidade. Sua contribuição nos ajuda a perceber que, ainda que a missão seja algo natural/essencial da igreja, isso não quer dizer que devemos deixá-la simplesmente acontecer sem qualquer preocupação. A missão da igreja é algo sobre a qual, em essência, a igreja não decide fazer ou não fazer. Por outro lado, a igreja não pode encarar a missão como algo automático sobre a qual ela não precisa pensar ou planejar. Em outras palavras, a missão da igreja precisa ser intencional.
programação
X Simpósio Internacional de Missão
Tema: A Missão de Deus como Marca da Igreja
Data: 26 e 27 de junho de 2024 (ONLINE)
Local: Campus do Seminário Concórdia
PALESTRAS:
+ A Missão de Deus como Marca da Igreja? (Cesar Motta Rios)
+ As Marcas de uma Igreja que faz Missão (Fernando Ellwanger Garske)
+ A Missão de Deus na Plantação de Igrejas (Lucas Pinz Graffunder)
+ A Missão de Deus na vida pessoal do Cristão (Mário Rafael Yudi Fukue)
+ A Missão de Deus e a Igreja ‘Marcada’ pela Cruz (Samuel Reduss Fuhrmann)